9 de setembro de 2010
Corre, filha.
O lado feio e egoísta. O playground da arrogância. A metade invisível e insensível. A parte que não se encaixa dentro de nossas salas. O chão frio e cruel que acomoda a sola. A parede falsa que não sustenta sequer um fiapo. O desgosto de um só ser que desemboca no esgoto. A palavra que não denuncia nem em imãs de geladeira. O som agudo da campainha que incomoda e irrita. O silêncio de uma casa em chamas às gargalhadas. E o pó que se espalha para cima do tapete. Irreal e honesto, assim eu pinto meus quadros.
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