Eu te procuro nas manhãs ensolaradas, perto do meio dia, quando eu sinto o cheiro de cebola e alho refogando na panela.
Te procuro nas tardes cinzas e preguiçosas, quando escuto qualquer uma do Raul ou uma carta do Ely Correia, o cheiro do Veja domina a cozinha.
Te procuro toda vez que eu vou ao mercado, agora com uma pequena lista, não mais compramos uma vez por mês, vamos quase que semanalmente, e eu não sou mais a responsável por essa tarefa.
Te procuro no final do dia, toda vez que sinto o cheiro de abacate amassado com limão e açúcar.
Te procuro de noite, toda vez que lembro que você morava comigo e que a hora mais legal do dia era quando você descansava e assistia a novela comigo.
Te procuro dentro de potes de café, em embalagens de bolacha, em receitas de carne de panela, em sucos naturais batidos no liquidificador. Te procuro como nunca em toda batatinha chips caseira que eu não mais comi. Te procuro a cada minuto desde que você saiu de casa e não mais convive comigo.
Nossa parceria é só amor, se algumas vezes na minha pequenez imatura em ser uma menina de sete anos eu te magoei, quero que saiba que nunca, jamais foi a minha intenção.
Uma hora a gente aprende a dar valor e aproveitar o tempo com quem se ama. Ainda bem que eu tive uma segunda chance, pude fazer tudo diferente e ser muito feliz ao seu lado.
Lé? Cadê você? To com saudade de você pentear o meu cabelo.
Dedicado a minha segunda mãe, Léa.
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