O que me sobrou? Quem me sobrou? Sinto o vazio gritar dentro de mim com gosto de café doce e frio.
O que fazer? Quem vai fazer? Vejo que nada pode ser feito. O dia caminha no vácuo cinza com gosto de chuva e poluição no meio do vento gelado.
O que me toca? Quem me toca? Intacta a tudo e a todos, ninguém me encosta. Só tenho aderência a você, assim como uma abelha presa na teia da aranha para virar comida.
O que me diz? Quem me diz? A voz já emudeceu e agora chegou a hora de ir embora.
Assim como o pássaro que rouba ração dos meus cachorros e sai batendo as asas desesperado para que ninguém o pegue. Tô aprendendo a dar nó em fumaça.
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