21 de setembro de 2010

Passei o pito


O palanque do coreto está vazio e encardido.
Há muito anos, ninguém ousa pisar o solado no tablado.
O vivório, continua na antiga praça XV, próximo à ladeira da preguiça.
Os visitantes curiosos, fotografam e passeiam, tentam ver se encontram alguma coisa. Nada além do vento e das folhas secas; dos tempos de Afonso Pena.
Os curiosos visitantes sentem-se à vontade perambulando pelas feiras livres, tudo é nostálgico e permitido. Até mesmo o tal palanque parece não ser proibido.
O grupo de indiscretos cresce na medida em que a voz começa ecoar. Mas que voz é essa?
É a voz da força. Força das promessas. Arrogância em fazer parte da classe política, especial e ilegível. O jeito esnobe em ordenar e confundir as palavras: pedir virou mandar e mandar é agora a nova lei! Não existe semelhança, não existe ser humano. Existe você e eu, e nesse picadeiro, ainda bem que não somos iguais!
Veja sua feira residencial. O Estado virou sítio. O caixote que você arrumou é muito pequeno, o sol quente ardendo no ombro não é demonstração de sacrifício, além das barracas e pedaços de pau, os únicos ouvintes são as laranjas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário