31 de dezembro de 2011

2011 foi o ó!



Que venha 2012!
Que meus sonhos se tornem realidade.
Que minha saúde seja de ferro.
Que aqueles que eu amo, sejam felizes.
Que meus pés fiquem a sete palmos do chão.
Que minha cabeça fique bem grudada no pescoço.
Que minha idade continue sendo gentil com o meu corpo.
Que meu espírito seja inatingível.
Que minha vida seja plena e repleta de alegria.

"A vida não gosta de esperar. A vida é pra valer. A vida é pra levar. Saravá"
Vinicius de Moraes

23 de dezembro de 2011

Harmonia

Infinita defesa em ser alegre.
Infinita briga em ser forte.
Infinita luta em não ser triste.
Infinita busca em viver.

6 de dezembro de 2011

Lascio

Corre, corre.
Eu disse pra você correr. Eu disse pra você se adiantar. Eu disse pra você andar depressa.
É. Eu bem que avisei que não era fácil.
Eu bem te avisei que você sofreria. E não por antecipação.
Aliás, tudo o que você não fez foi se antecipar.
Vai. Corre atrás do tempo perdido.
Corre, corre.
A fila é grande e se você se atrasar, jamais será a primeira.

31 de outubro de 2011

Ninguém liga pra você e ninguém quer saber dos seus problemas.
Você não é humano, não é gente, não tem sonhos, não é nada. Apenas um número com um cargo. Obrigada.

9 de outubro de 2011

Travei no esquecimento

Às vezes eu esqueço.
Às vezes eu esqueço de esquecer.
Às vezes eu esqueço de esquecer e acabo esquecendo.
Às vezes eu esqueço de esquecer e acabo esquecendo de esquecer.
Às vezes eu esqueço de esquecer e acabo esquecendo de esquecer o esquecimento.

3 de outubro de 2011

IABAI

23 de setembro de 2011

Ultimamente a música vale mais do que qualquer texto.

22 de setembro de 2011

A marmita tá liberada pra você!

Não posso deixar de homenagear a tomba lata mais maloqueira, ligeira e linda da minha vida!
Foram 14 anos muito bem vividos, duas crias, rolês pelo bairro, muita comida roubada e muitas alegrias.
Mo fi véin, você vai fazer falta. Tá liberada, pode roubar quantas marmitas você quiser aí no céu!

One step ahead

Presente do meu amor. Música para o meu dia triste!


15 de setembro de 2011

"God has been replaced, as he has all over the West, with respectability and air conditioning." Amiri Baraka


“It is still news to her that passion could steer her wrong though she went down, a thousand times strung out across railroad tracks, off bridges under cars, or stiff glass bottle still in hand, hair soft on greasy pillows, still it is news she cannot follow love (his burning footsteps in blue crystal snow) & still come out all right.” Diane Di Prima

9 de setembro de 2011

Tabacaria


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.


Álvaro de Campos, 15-1-1928

I never never want to go home

There Is A Light That Never Goes Out

Take me out tonight
Where there's music and there's people
Who are young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Anymore

Take me out tonight
Because I want to see people
And I want to see lights
Driving in your car
Oh please don't drop me home
Because it's not my home
It's their home
And I'm welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine
Take me out tonight
Oh take me anywhere
I don't care, I don't care, I don't care
And in the darkened underpass
I thought "Oh God, my chance has come at last"
But then a strange fear gripped me
And I just couldn't ask

Take me out tonight
Take me anywhere
I don't care, I don't care, I don't care
Just driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Oh, I haven't got one

There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out...

5 de setembro de 2011

10 DIAS SEM CIGARRO =

Top 5 Freddie Mercury

Sem ordem, sem descrição, sem observação.
A voz que dispensa comentários.
E isso aqui é só a baba do quiabo.

Bohemian rhapsody

Somebody to love

Under pressure


Friends will be friends

Love of my life

2 de setembro de 2011

Ne me laisse pas laimer

The Golden Age!

23 de agosto de 2011

A Fábula do porco-espinho.



Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados.
Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.

Moral da História
O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.








Ah, que infelicidade a minha!

O que me sobrou? Quem me sobrou? Sinto o vazio gritar dentro de mim com gosto de café doce e frio.

O que fazer? Quem vai fazer? Vejo que nada pode ser feito. O dia caminha no vácuo cinza com gosto de chuva e poluição no meio do vento gelado.

O que me toca? Quem me toca? Intacta a tudo e a todos, ninguém me encosta. Só tenho aderência a você, assim como uma abelha presa na teia da aranha para virar comida.

O que me diz? Quem me diz? A voz já emudeceu e agora chegou a hora de ir embora.

Assim como o pássaro que rouba ração dos meus cachorros e sai batendo as asas desesperado para que ninguém o pegue. Tô aprendendo a dar nó em fumaça.

16 de agosto de 2011

MY ASS.

Mais um bom argumento para repensar as relações. Afinal, tem gente que confunde virtual com real.

10 de agosto de 2011

...QUE NÃO QUER CALAR...

Li aqui e achei pertinente. Cá estou compartilhando.
Indagação feita por Renata no blog: tantos clichês.

"Não adianta. Posso reclamar, espernear, fazer pirraça. Não adianta, não tem jeito. Não posso fazer nada além de chegar lá com o rabinho entre as pernas, na humildade e dizer de uma vez:
-Lembra aquilo que eu disse que não ia acontecer? Lembra que eu falei "pode escrever o que eu tô dizendo. quando eu voltar aqui na próxima sessão você vai ver que eu tava certa"? Então, eu estava errada. Aconteceu o contrário do que eu disse que ia acontecer. E eu adorei.
A grande pergunta é: você prefere ser feliz ou estar certa?"

ADONIRAN BARBOSA: GAROTO PROPAGANDA

A criação na década de 70!

COMERCIAL DE 74 DA CERVEJA ANTARCTICA


COMERCIAL DE 79 DO UNIBANCO

9 de agosto de 2011

...E tem gente que ainda chora de barriga cheia

É muito triste, mas não posso ficar parada diante deste fato e não compartilhar.
A Somália está enfrentando a maior crise de seca e fome que já existiu em 50 anos.
10 milhões de pessoas sofrem com a fome, desnutrição e a falta de ajuda.
Com o intuito de arrecadar fundos e conscientizar a população mundial sobre a situação da África Ocidental, foi criada a campanha ‘I´m Gonna Be Your Friend’ que tem como hino a música’ High Tide or Low Tide’ de Bob Marley.
Para ajudar, basta entrar no site oficial da campanha e fazer o download exclusivo da música. O dinheiro arrecadado será doado para a instituição Save The Children.


Assista ao vídeo:

Passou da hora de ajudarmos quem realmente precisa. Este blog apóia esta causa.

Para mais informações, acesse os sites:

SAVE THE CHILDREN

I´M GONNA BE YOUR FRIEND

4 de agosto de 2011

PORRA, "AMYNIHOUSE"!

GENIAL, AWAY!

CLARK LITTLE: ALTAMENTE RECOMENDÁVEL

Não tenho o que dizer. Clique aqui.

1 de agosto de 2011

HARD TIMES

...but nobody really knows

22 de julho de 2011

Errare Humanum Est

Errar é humano, persistir no erro é estupidez.
Hoje é sexta! Vamos todos baixar as nossas respectivas bolas, murchar o "ego" e aprender com a canção!
Vou com Jorge, porque ele sabe das coisas!

13 de julho de 2011

Viva!

Irmã de peixe...

"Não consigo expressar meu amor por você porque ele é maior do que o meu coração". Bruna Di Cianni

tell me, are you a bad fish too?

11 de julho de 2011

Filha do mesmo pai e da mesma mãe.



Desde pequena você adquiriu uma carga muito grande sobre nós. Tão pequena e tão madura, sempre soube cuidar e ser "mãe" nas horas vagas.
Não consigo imaginar ombro melhor para chorar e dar risada.
Você me ensinou que não importa o que os outros digam, devemos ser felizes e buscar os nossos sonhos, não importa o tamanho deles.
Você é e sempre será a minha parceira na vida. Nossa amizade vai muito além de viagens e datas comemorativas.
Aprendi com você a encarar os meus problemas e a ser um pouco mais responsável.
Descobrimos, não muito tarde, que o que conta é o amor no coração.
Não importa se na infância você não me queria por perto e brincava de escrever na agenda enquanto eu brincava de carrinho com o Marcelinho. Não importa esses dois anos de diferença. Não importa a diferença. Somos iguais em tudo que diz respeito a nós e a nossa família.
Dizem que não escolhemos a nossa família. E eu digo que escolhemos sim. Te escolhi como irmã e como amiga. Obrigada por estar sempre ao meu lado e por me dar a mão para atravessar a rua.
Choro o seu choro e rio o seu riso.
Obrigada por ser exatamente o que você é.
Eu te amo, minha irmã. E, isto aqui é mera formalidade para que você saiba que em todos os lugares, não importa onde for, você estará sempre comigo.

"Com uma amiga chegamos a tal ponto de simplicidade ou liberdade que às vezes eu telefono e ela responde: não estou com vontade de falar. Então digo até logo e vou fazer outra coisa." Clarice Lispector

8 de julho de 2011

Fluorescent Adolescent



Fazendo valer:imagens!

SIMPLESMENTE, OGI.

Ah, tá. Que eu já falei dele aqui um milhão de vezes todo mundo sabe. Que ele é foda, estão descobrindo. Que ele é o melhor na atualidade, estão comprovando. Sou supeitíssima, então para não restar dúvidas, vou deixar que digam por mim. Saíram duas resenhas, uma aqui e outra aqui. E em mais outros sites e revistas. Dê um google que você acha.
Vai lá, leia, ouça e depois se pronuncie também.
Fuè.

7 de julho de 2011

PROJETO NAVE E OGI!

Ontem eu tive o prazer e a honra de ver e ouvir pela primeira vez o Projeto Nave em ação.
Primeiro que os caras arregaçam muito. Segundo que são tão bons, mas tão bons, que um dia foi o suficiente para tirar as músicas do Ogi, antes da gravação do programa Manos e Minas que vai ao ar sábado que vem dia 16/07.
Não é mais novidade que eu amo as músicas do Ogi, mas ontem eu pude presenciar um fato histórico e muito especial.
Meus olhos encheram de lágrima, fiquei chocada, de boca aberta com o talento de todos que estavam no palco. Não tenho como explicar, só vendo mesmo.
Me emocionei muito e me arrepio só de lembrar.
Precisava registrar esse sentimento, foi uma energia do cacete.
Tô mais ansiosa que salsicha para virar hot dog. Quero muito que role de novo essa amarração. Vou torcer muito para que tudo conspire a favor e que as pessoas possam ter o mesmo prazer e felicidade que eu tive ontem.
Parabéns a Flora, Projeto Nave, Ogi e Rodrigo Brandão. Vocês fizeram valer cada momento daquela fila interminável.
Muito especial!
Obrigada.

Everything's in order in a black hole

I do.

Simples e sincero.

Clique aqui e assista. Ah, o amor!

6 de julho de 2011

RIFÃO

- A ocasião faz o ladrão.

- Palavra de rei não volta atrás.

5 de julho de 2011

DÚBIO?

"O ódio, tal como o amor, alimenta-se com
as menores coisas, tudo lhe cai bem.
Assim como a pessoa amada não pode
fazer nenhum mal, a pessoa odiada não
pode fazer nenhum bem".

Honoré de Balzac

Reconhecimento de si

Não sei se fui pra Maracangalha ou pra Pasárgada. Só sei que pra algum desses dois lugares eu fui.
Fui porque dei de cara comigo sem ter que olhar no espelho. Bastou olhar pra dentro.
Fui porque não consigo saber o que acontece. Bastou eu me culpar.
Fui porque eu não sei se o que eu quero é possível. Bastou eu olhar pro lado.
Fui porque só pude sentir desconforto. Bastou eu me isentar.
Fui porque não existe uma prateleira para eu organizar meu caos. Bastou eu me enxergar.
Fui porque não existe gaveta pra guardar o que eu não consigo carregar. Bastou eu te enxergar.
Fui porque nem mesmo sei. Só sei que fui. Fui e continuo indo, ainda não sei se pra Maracangalha ou pra Pasárgada. Tô indo.

Prosopopéia: o metal que imita prata

Torci o nariz e o meu saco já ta na lua com tanta falta de compaixão e bom senso.
Em tempos onde o amor parece querer ganhar força, nos deparamos com a falta de união e cumplicidade nas relações.

Ando em dúvida sobre a motivação das pessoas em estabelecer amizades, e em manter a lealdade e os valores intocáveis. Tá tudo tão corruptível...
Em troca de fidelidade e integridade somos ofuscados por atitudes indecorosas de gente que não está habituada a conviver com humildade e gratidão. Gente que não tem um pingo de ideia do que seja ter valores.

Me deparo constantemente com trocas que não vêm do coração e que não são reais. O ponto de partida de qualquer relação é feito somente a base de troca, e isso em qualquer campo vital. Se relacionar parece mais um contrato de interesse. A conveniência grita diante da generosidade, da amizade e de tudo que une a arte do encontro.

Me preocupo com comentários tendenciosos.
Me espanto com o fingimento deslavado de caras maquiadas que insistem em cuspir afirmações sem fundamento.
Me protejo contra a habilidade que alguns têm em cavar ocasiões oportunas.

Tudo o que eu mais queria era poder me livrar dessa burrice insensata de valores contorcidos e sentimentos alterados, inevitavelmente acabo sendo atingida.
Como pode alguém declarar originalidade e fidelidade se nem mesmo tem o caráter definido e uma bandeira a levantar?

Empolei. Empolamos. E assim empolaremos e a vida continua.

1 de julho de 2011

Fuè es viernes

TEM QUE DIZER, DIZENDO.

Preciso escrever, mas o meu cérebro não acompanha.
Acho que vou derreter.

Eu quero expressar a infindável construção de palavras que jogo num papel. Sem arranjos e ensaio, sem grinalda e sem véu.

Gostaria de cuidar do grafite do meu lápis como o giz que fica intacto a cada jorrada de ideias como uma batalha colorida em meio à cidade cinza.

Eu posso ser o túnel do labirinto que o leva a saída, mas não posso ser a ponte que guia a sua vida.

Vem cá, vou te dar um presente, tudo o que eu tenho é um verso aloprado, assim como uma boca sem dente.

B.K.

SAMO - The radiant child

http://www.jean-michelbasquiattheradiantchild.com/

Tô que é só...

30 de junho de 2011

I'll be by your side

O que?

O que me importa
Seu carinho agora
Se é muito tarde
Para amar você...

O que me importa
Se você me adora
Se já não há razão
Prá lhe querer...

O que me importa
Ver você sofrer assim
Se quando eu lhe quis
Você nem mesmo soube dar
Amor!...

O que me importa
Ver você chorando
Se tantas vezes
Eu chorei também...

O que me importa
Sua voz chamando
Se prá você jamais
Eu fui alguém...

O que me importa
Essa tristeza em seu olhar
Se o meu olhar tem mais
Tristezas prá chorar
Que o seu!...

O que me importa
Ver você tão triste
Se triste fui
E você nem ligou...

O que me importa
Seu carinho agora
Se para mim
A vida terminou
Terminou!

25 de junho de 2011

How it ends...

22 de junho de 2011

So What?

16 de junho de 2011

Lima, Clarice e João...

Muito bem acompanhada!

9 de junho de 2011

REVISOR, REVISÃO.

Palestra sobre revisão de textos na PUC-Campinas
Posted in 29 de abril de 2010 ¬ 22:02h.Edson Estavarengo Jr.1 Comment »
Pessoal,

Aconteceu hoje na PUC-Campinas nossa palestra sobre “Revisão de textos: a arte de ser invisível”.

Para quem não estava lá, uma pitada do assunto:

1) QUEM É O REVISOR?

“O revisor se define não por seus conhecimentos, mas por seu perfil psíquico. A revisão é mais que uma profissão: é uma neurose. Esta neurose se caracteriza como uma espécie de sacrifício consentido (desejado) pelo revisor; é um tributo à saúde (qualidade) da edição. O revisor se oferece, sempre, em sacrifício à Deusa do Idioma [Francês], portanto, todos aqueles que se dedicam a esse ofício nunca serão normais. […] Para o revisor, o importante não é o que ele sabe, mas o que ele está consciente de não saber ou, pelo menos, não saber totalmente, e que por isso exige permanente verificação. […] O revisor não lê como todos os demais homens lêem, ele fotografa a palavra visualmente […] O exercício da profissão do revisor pode ser descrito, perfeitamente, como uma ‘leitura angustiada’. O seu trabalho é, justamente, evitar que todos os outros seres humanos necessitem fazer essa leitura angustiada.” [BRISSAUD, Sophie. La lecture angoissée ou la mort du correcteur. Cahiers GUTenberg, n. 31, déc. 1998.]



2) REVISORES CÉLEBRES

“Quem se aventura na revisão deve estar preparado para conviver com a ingratidão.” [Manuel Matos Monteiro, jornalista e revisor]



3) CICLO DE VIDA DO REVISOR



4) O ERRO



5) A RELAÇÃO ENTRE AUTOR E REVISOR: TEMA RECORRENTE NA LITERATURA

História do cerco de Lisboa – José Saramago
“depende da vocação, e revisor de vocação é fenómeno desconhecido. [...] no mais secreto das nossas almas secretas, nós, revisores, somos voluptuosos, Essa nunca eu tinha ouvido, Cada dia traz sua alegria e sua pena, e também sua lição proveitosa”

“Sobre gramáticos e revisores” – Rubem Alves
“o revisor não gosta de ser revisor. Ele queria mesmo era ser escritor”

O filho eterno – Cristóvão Tezza
“enquanto isso, dá aulas particulares de redação e revisa compenetrado teses e dissertações de mestrado sobre qualquer tema. A gramática é uma abstração que aceita tudo. [...] Desistiu do livro”

Via http://estruturaecomunicacao.com.br/blog/?p=66

8 de junho de 2011

Crônicas da Cidade Cinza nas ruas!

Já está a venda o tão aguardado disco solo do MC Ogi: Crônicas da Cidade Cinza!



O disco conta 19 crônicas produzidas por diversos beatmakers, entre eles: Nave, Sala70, Dario, Menor, Leleco, Dj Caique, Drunk, Stereodubs e do próprio Ogi. E ainda tem participação especial de Rodrigo Brandão, Munhoz, Espião, Savave, Mascote, Doncesão, Lurdez da Luz e Dr. Caligari.
Com capa assinada pela dupla de grafiteiros OsGemeos, o álbum já é um clássico do RAP Nacional.

Quem não for de São Paulo e quiser comprar o cd, enviar e-mail com nome e endereço completo para: contato.ogi@gmail.com

Para mais informações curta no facebook: Rodrigo_Ogi e siga no twitter: @Rodrigo_Ogi

Vai na fé, irmão, nunca se esqueça!

3 de junho de 2011

Live!

2 de junho de 2011

“...escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio.”

She's buying a stairway to heaven

She dreams in color, she dreams in red.

Mo fi vein!





1 de junho de 2011

PETALA LOPES

Um dos sites mais bonitos de fotografia que eu já vi.
Apreciem
Simplesmente impecável!







Don't jump in the water, if you can't swim

Tem gente que acha que é só escrever meia dúzia de rimas, segurar o microfone e fazer barulho. Mal sabem os desinformados que o trabalho de um Mestre de Cerimônia vai muito além desse equivocado pensamento.
É preciso ter disciplina, saber abrir mão de coisas importantes, é necessário estar preparado para enfrentar tudo o que essa profissão oferece, desde o preconceito mais ridículo até a maior conquista na vida de um MC. Tem que saber mergulhar de cabeça, se entregar, tem que buscar a evolução e se manter íntegro nas convicções.
Foco e responsabilidade ainda são os principais ingredientes para alcançar as metas e realizar um sonho.
Coragem e jogo de cintura. Inteligência e sagacidade. Noção, honestidade e caráter. Essas ainda são as características mais importantes em um ser humano e primordial para quem vive daquilo que se ama.
Esse texto é dedicado a um homem que contempla tudo isso e muito mais. Esse texto é dedicado ao MC do meu coração.
Ogi, este blog te ama.

26 de maio de 2011

Enquanto as Crônicas da Cidade Cinza não vêm...



Para conter a ansiedade dos fãs e ao mesmo tempo instigar os ouvidos inquietos por musicalidade, Ogi disponibiliza mais uma faixa de seu primeiro álbum solo - para delírio da torcida.

Perto do lançamento oficial do disco Crônicas da Cidade Cinza, Ogi soltou hoje na net o terceiro single disponível para download. “Eu me perdi na madrugada” faixa produzida por Drunk, a música é só mais uma contestação de que este é o disco mais aguardado do ano.

A obra e o artista dispensam comentários (apesar de muitos já tecidos aqui neste humilde blog), sendo assim, tire suas conclusões e baixe agora mais uma tijolada do marreteiro mais marreta da MTA Records.

Rááááá: http://www.4shared.com/audio/NDxehc7y/Ogi_-_Eu_me_perdi_na_madrugada.html

*O disco Crônicas da Cidade Cinza estará nas ruas na primeira quinzena de junho.

Confia em mim!

BRASIL

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha...

Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada
Prá só dizer "sim, sim"

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Grande pátria
Desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair...

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...
Confia em mim
Brasil!!

O pranto nunca vai secar

Cacique chora ao saber que Dilma liberou o início das construções de Belo Monte




Leia: http://nucleofreititopsol.blogspot.com/2011/05/cacique-chora-ao-saber-que-dilma.html?spref=fb

Via Tati Andimena

Crônicas da Cidade Cinza

"Crônicas da Cidade Cinza" albúm de estréia do rapper Ogi em carreira solo, terá capa assinada pela dupla de grafiteiros, Os Gêmeos.




Nascido em São Paulo o integrante do grupo Contrafluxo, Ogi é um artista que vem se destacando no cenário musical e tem se mostrado capaz de dar uma nova cara ao Rap Nacional.

Desenvolvendo um trabalho paralelo ao grupo, o MC lançará seu primeiro projeto solo, o disco Crônicas da Cidade Cinza.
Influenciado por storytelling apresenta um novo conceito de contar histórias, canta suas crônicas fora do padrão convencional e vai além do que estamos habituados a ver e ouvir. Sua levada é incontestável, carregada de rimas consistentes e impecáveis, Ogi dissipa as barreiras da música e amplia a diversidade ao Rap Nacional.

Antes mesmo do lançamento de seu disco, participou de alguns eventos onde apresentou em doses homeopáticas parte do seu novo trabalho.
Gravou três clipes: “Premonição” e “Por que, meu Deus?” Faixas que integram o disco Crônicas da Cidade Cinza e “A dama e o vagabundo”, música com parceria de Nathy MC. Todos disponíveis na programação da MixTV e da MTV Brasil.

Seu trabalho tem rendido frutos valorosos e o seu esforço e dedicação o valeu a indicação ao Video Music Brasil da MTV de 2010 na categoria Rap.
Um dos MC’s mais completos de sua geração, Ogi desponta com a bagagem que carrega há quase uma década.

TRACKLIST
1. Cidade com nome de santo (Prod. Stereodubs)
2. Profissão perigo (Prod. Ogi)
3. Por que, meu Deus? (Prod. Ogi)
4. Pronto pra guerra (Prod. Dario)
5. Zé Medalha (Prod. Nave)
6. Besta fera (Part.Don Cesão, Dr. Caligari e Mascote) (Prod. Nave)
7. A vaga (Prod. Dj Zala)
8. Corrida dos ratos (Prod. Dj Caíque)
9. Premonição (Prod. Dj Caíque)
10. Noite fria (Prod. Dj Caíque)
11. Eu tive um sonho (Prod. Dario)
12. Monstro gigante (Part. Espião e Munhoz) (Prod. Menor)
13. Sókizila (Part. Savave e HenRick Fuentes) (Prod. Dj Caíque)
14. Minha sorte mudou (Prod. Sala 70)
15. Os tempos mudam (Part. Lurdez da Luz) (Prod. Leleco)
16. Tamo aí no role (Part. Rodrigo Brandão) (Prod. Dario)
17. Eu me perdi na madrugada (Prod. Drunk)
18. 180 por hora (Prod. Sala 70)
19. Segunda chance (Prod. Nave)

24 de maio de 2011

Metaforizando meu "it"





"Estou além de toda linguagem. Sou o instante absoluto"
C.L

23 de maio de 2011

Monday, monday!

Me disseram uma vez: quando não souber o que falar, não fale nada!

Fuck the Police



1, 2, 3...

13 de maio de 2011

3 de maio de 2011

18 de abril de 2011

Exhibit C

15 de abril de 2011

C.O.C.A.I.N.E


"I hate to say it
But you're so much more
You're so much more endearing with the sound turned off"

Bem-te-vi



Bem-me-vê todo santo dia!
Pontualmente você me acorda e anuncia que um novo dia já nasceu.

8 de abril de 2011

Discrepância

Crianças foram assassinadas.
Animais foram maltratados.
Inocentes foram roubados.
Famílias foram separadas.
O Japão foi destruído.
E isso é só o mais do mesmo.

Né folclore não!

Sou redatora, não sou repentista.
"Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar." Miss Lispector

7 de abril de 2011

Pensar não enfraquece

Então toda mulher tem que ser mãe?
E se ela não quiser ser mãe?
E se ela não quiser viver a maternidade que vive dentro dela?
E se ela nem tiver essa maternidade dentro dela?
E se ela se tornar uma péssima mãe, só por que a sociedade quer que ela seja uma mamãezinha?
E se ela abortar essa missão?
E se cada um cuidasse mais das suas respectivas vidas?

5 de abril de 2011

Miss Nostalgic

Eu te procuro nas manhãs ensolaradas, perto do meio dia, quando eu sinto o cheiro de cebola e alho refogando na panela.
Te procuro nas tardes cinzas e preguiçosas, quando escuto qualquer uma do Raul ou uma carta do Ely Correia, o cheiro do Veja domina a cozinha.
Te procuro toda vez que eu vou ao mercado, agora com uma pequena lista, não mais compramos uma vez por mês, vamos quase que semanalmente, e eu não sou mais a responsável por essa tarefa.
Te procuro no final do dia, toda vez que sinto o cheiro de abacate amassado com limão e açúcar.
Te procuro de noite, toda vez que lembro que você morava comigo e que a hora mais legal do dia era quando você descansava e assistia a novela comigo.
Te procuro dentro de potes de café, em embalagens de bolacha, em receitas de carne de panela, em sucos naturais batidos no liquidificador. Te procuro como nunca em toda batatinha chips caseira que eu não mais comi. Te procuro a cada minuto desde que você saiu de casa e não mais convive comigo.
Nossa parceria é só amor, se algumas vezes na minha pequenez imatura em ser uma menina de sete anos eu te magoei, quero que saiba que nunca, jamais foi a minha intenção.
Uma hora a gente aprende a dar valor e aproveitar o tempo com quem se ama. Ainda bem que eu tive uma segunda chance, pude fazer tudo diferente e ser muito feliz ao seu lado.
Lé? Cadê você? To com saudade de você pentear o meu cabelo.


Dedicado a minha segunda mãe, Léa.

Mussum é gênio!

Nem tem o que falar...

"Don't you know Bad Boys move in silence?"

2 de abril de 2011

Ah, o amor!


1 de abril de 2011

Mecanismos de reação dentro de um balde:



Desperdiçar
Derramar
Inundar
Afundar
Desviar
Tomar
Molhar
Invadir

Metu

Abdome rígido: dentro dele estão todos os suspiros aterrorizantes.

É assim que se faz?



Foi aí então que eu descobri que não só ela tinha ido embora, uma parte dele foi junto com aquela mala pesada e cheia de recordações e tristezas, rumando ao cinza. A metade da alegria partiu, o dobro da angústia ficou, o medo e o nervosismo se multiplicaram e como chá quente numa xícara tampada com um pires, evaporou toda a energia que preenchia aquele corpo.

A fração indivisível do sentimento multiplicável de permanecer intacto. A porção de sensações que era dele, foram jogadas ao mar, sem rastro, sem flutuação, era pesado demais para boiar.
Não há lenço no mundo que imprima o soluço angustiante do vazio.
Não existe cigarro que acalme e que tapeie a fome de crescer.
Com pontualidade britânica ela resolveu partir, desgarrou-se do peito materno e foi viver a vida como podia. Não resolveu construir uma família, não resolveu doar o coração, não adiantou alinhar o pensamento e o terno para parecer bom sujeito.
A teia crescia conforme era tecido o sol de outono. Numa emboscada matinal a presa se sentiu livre, e não mais encurralada foi viver o seu mundo e enfrentar a chuva forte que estava por vir.
As nuvens anunciaram: melhor se permanecermos juntos, pior se nos entregarmos.
O sol ardeu: TE AMO.

29 de março de 2011

you ain't got no behaviour!



Don't know who could be your saviour!

25 de março de 2011

What i got...

Get Out!

Bom senso

DiGratixxxx!


Steel Pulse muvucado? Sim, eu vou.

Confira a programação completa: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/893881-veja-a-programacao-completa-da-virada-cultural-2011.shtml

24 de março de 2011

Pra essa gente careta e covarde!

Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

23 de março de 2011

Oi?

Consistência e profundidade.
Ter ou não ter?
Eis a questão.

22 de março de 2011

Sente o peso da marreta...

O contador de histórias, dessa vez, apresenta o video clipe de um realismo sensível e extraordinário, um tanto incomum na cena do rap. A faixa escolhida para o trabalho é a música Por que Meu Deus? que fará parte do primeiro álbum solo do mc, intitulado Crônicas da Cidade Cinza, um dos mais aguardados pelo público.
Ogi nos presenteia com uma pedrada sonora de arrepiar e emocionar.
A letra conta do inconformismo, da igualdade, da desigualdade, da injustiça, de uma realidade nada crua requentada no bafo da vida de cada um; da escolha dos caminhos que não necessariamente são guiados pelo bem ou pelo mal, mas simplesmente pela existência real dos opostos separados: cada qual em sua casa.
O beat marcado e suingado é asinado pelo próprio mc.
Eu convido agora todos os leitores que passeiam por este blog a conhecer e ouvir o mais novo clássico do rap nacional.
Com vocês, Ogi.

20 de março de 2011

Mulatu Astatke



Arrepie, chorei, emocionei, impressionei, ei... ei... ei... Mulatu é nosso Rei!
Foda demais e teve ainda Talib Kweli dando uma palhinha! Ráááááááá!
Showzasso! Amanhã tem mais, quem puder vá, não vão se arrepender!
http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=190144

18 de março de 2011

José Manuel



José Manuel era um homem que não tinha do que reclamar. Sua vida era boa, trabalhava como carteiro, cantava na churrascaria Boi de Prata aos sábados e aos domingos fazia bico no Lava - rápido do seu Tião. Conseguia pagar as contas sem aperto e gostava mesmo das coisas simples da vida. Sua alegria era levar a mulher para sambar na Água Rasa na sexta-feira.

Casado com Esmeralda há 10 anos, José Manuel fazia questão de estar sempre ao lado de sua dama, uma mulata bonita de olhos verdes, forte, sensível, de origem humilde e sem papas na língua. Esmeralda trabalhava em casa, vendia marmitex e cuidava dos afazeres domésticos. Como não tinham filhos, viviam em lua-de-mel. Esmeralda sabia satisfazer seu homem, nunca ouviu sequer uma reclamação sobre seu amor e seus carinhos, ele era a tampa e ela a panela.

Dia desses no samba da Água Fria, Esmeralda dançava e se balançava para o seu amado José, ela rodava e sorria com vontade, chamava a atenção de todos ao redor, seu corpo exuberante e olhos tentadores deixavam qualquer um de boca aberta.
José não tinha ciúmes, gostava de exibir a mulher, ficava feliz em ser o "dono" daquele templo, mas ela não, ela era ciumenta e não podia ver sirigaita nenhuma de tititi com seu homem. O sonho de Memê era ser dançarina profissional, ela já tinha tentado concursos, promoções e até desfiles, mas sempre ficava em segundo lugar, ela odiava o segundo lugar, mas ali ela era única, e parecia ser a número um.

Entre goles e tragos, José foi ao banheiro, no caminho foi parado por Michelly, uma loira bunduda em ponto de ebulição, louquinha para dar o bote no cangote de José. Delicadamente ele a afastou e apontou em direção a sua dama, disse que não era homem disso, era casado, fiel e amava sua mulher. Continuou seguindo até o banheiro. Demorou alguns minutos para sair, não pensava na ousadia de Michelly, tudo o que ele queria era sambar com sua eterna Memê.
José lavou as mãos e tentou voltar à roda, não conseguiu, Michelly estava na porta do banheiro espreitando a sua janta. Como uma leoa faminta empurrou José para dentro do banheiro, trancou a porta e foi direta:
- Larga essa nega e vem comigo, vou fazer você chegar ao céu e fazer valer o meu apelido "boquinha de mel". Grudo forte e faço até o Brad Pitt largar a tal da Angelina. Você nunca conheceu ninguém como eu, garanto que não vai se arrepender.

José Manuel finalmente reparou em Michelly, não pôde deixar de se excitar com sua silhueta, sua bunda avantajada e seu cabelo loiro, era bonita, mas não chegava aos pés de sua Memê, ele respondeu que não era capaz de uma coisa dessas, que nunca traíra sua mulher antes, não tinha vontade e ele tinha que voltar a roda.

Michelly o agarrou, cheirou o seu pescoço, deu uma lambida em sua orelha e sussurrou em seu ouvido:
- Você acabou de perder a maior chance de sua vida, seja feliz comendo arroz e feijão todo dia, o filé aqui vai saborear outras bocas famintas.
E saiu.

José respirou fundo, lavou o rosto, os pulsos, arrumou a braguilha, ficou confuso, mas finalmente saiu do banheiro.

O samba rolava e sua Memê já não mais sambava, sentada com seu chope indagou José:
- Ô home, onde foi que você se meteu? Tô até agora esperando pra sambar e nada de você aparecer. Não pense que eu não vi aquela jararaca falando com você no corredor.
- Ela veio me perguntar se você era passista de escola de samba, pois disse que nunca tinha visto uma mulata tão bonita sambando como você.
- Duvido.
- É sério! Disse que nunca viu um casal tão bonito e apaixonado.
- Acho bom essa sem vergonha vir falar isso pra mim, se eu descubro que ela tava tentando qualquer coisa e que você está mentindo, eu acabo com você.
- Calma morzinho. Não aconteceu nada.
- Acho bom mesmo!
-Vem nega, vamos sambar que a noite nem começou ainda.
E assim, eles continuaram. Felizes e dançando.

O sábado chegou e José Manuel foi se apresentar no Boi de Prata, Esmeralda nunca ia no mesmo horário, ela entregava as quentinhas até às duas da tarde, depois se aprumava para a churrascaria. Memê adorava ver José tocar e cantar, era uma alegria poder estar com ele mesmo em seu local de trabalho.
José arrumou seu banquinho, ajeitou a alça do violão e começou a cantar: "O homem que diz dou, não dá, porque quem dá mesmo, não diz, o homem que diz vou, não vai, porque quando foi já não quis, o homem que diz sou não é, porque quem é mesmo é não sou o homem que diz to, não ta, porque ninguém tá quando quer. Coitado do homem que cai no Canto de Ossanha, traidor, coitado do homem que vai atrás de mandinga de amor..."

O público apreciava a canção e entre as mesas e picanhas, José avistou o filé Michelly. Sozinha, sentada, com vestido decotado, batom vermelho e um copo de caipirinha. Michelly engodou José e continuou ali.
Entre uma pausa, foi falar com ela:
- Veja bem, eu sou casado, não tenho intenção nenhuma com a senhora, minha mulher viu a gente conversando e veio investigar. Eu disse que você tinha elogiado a dança dela, ela duvidou, mas depois conseguimos nos divertir e esquecer o que tinha ocorrido.
Michelly deu um gole em sua caipirinha, respirou fundo e disse:
- Em primeiro lugar, porque você mentiu para sua mulher? Se você não quer nada comigo não tem motivos para temer. Em segundo lugar, eu jamais elogiaria aquela nega dançando nem aqui nem na Sapucaí e em terceiro lugar, porque é que você está falando comigo? Vim atrás de carne vermelha, não de frango.

José, se espantou, realmente não tinha motivos para mentir. Não disse nada, saiu e voltou para o seu banquinho. Agora ele começava com "Judia de mim, judia. Se eu não sou merecedor desse amor..."

Fez outra pausa e foi até o banheiro se lavar, seu pensamento agora era de Michelly, ficava louco só de pensar naquela loira se insinuando na sua frente, não conseguia disfarçar a alegria e a agonia de vê-la mais uma vez.
Lavou as mãos e sentou-se para esperar Memê, procurou um lugar distante de Michelly para que não houvesse problema. Esmeralda chegou, caminhou em direção a José Manuel, deu-lhe um beijo e sentou-se.
Eles pediram a comida, José estava ansioso, nervoso e Esmeralda notou a agitação do marido.
- O que foi Zé? Aconteceu alguma coisa amor? Você tá suando, o que foi?
- Nada minha Memê, to com calor e quero logo ir pra casa com você.
- Calma nego, logo nós estaremos lá.
Enquanto eles comiam, José tentava disfarçar seu nervosismo, de repente ele começou a ficar branco, pálido, e chegou a engasgar com a carne. Esmeralda tentou ajudá-lo quando foi interrompida por um esbarrão em seu braço. Quando virou-se deu de cara com a sirigaita da noite anterior. Michelly se desculpou e pasmou:
- Ah! Você é a dançarina da Água Fria, você dança muito bem. Parabéns.
Esmeralda, ficou sem jeito, agradeceu e por educação convidou-a para sentar.
Michelly não hesitou, puxou a cadeira ao lado e sentou na mesma hora.
- Meu marido me contou sobre você.
- É mesmo? Ele disse o quanto eu achei bonito ver você dançando?
- Disse sim, fiquei na dúvida, né? Hoje em dia não existe mulher assim, as mulheres perderam o respeito, são tudo um bando de sem vergonha, se atiram em cima de qualquer um, se estiver em um palco então, nossa aí elas ficam mais assanhadas ainda. Não tenho paciência pra vagabunda.
- Calma, amor, não precisa usar esse palavreado, assim você assusta a convidada.
- Assusto nada, to errada ou não mulher? Como é que você se chama?
- Michelly. E eu concordo com você. Hoje em dia as mulheres estão muito oferecidas, é só ver aliança no dedo de homem que sai por aí se oferecendo.
- Aí, ta vendo Zé. Ela é das minhas.
- É, to vendo.

O papo continuou, Zé voltou a cantar, e elas continuaram a prosear.
José encerrou a apresentação, se despediu de Michelly e notou quando ela colocou um papel em seu bolso, mas ignorou e seguiu com Memê como se nada tivesse acontecido.

Eles voltaram para casa, conversando, José Manuel respirava aliviado que nada tinha dado errado, se soltou e começou a fazer planos com Memê, elogiou sua postura na churrascaria e continuaram subindo em direção a viela que moravam.
Esmeralda chaveou a porta, sentou no sofá e pediu para que Zé sentasse com ela.
- Zé, você sabe que eu sou educada e que eu não gosto de barraco não sabe?
- Sei sim, amor. Por quê?
- Você acha mesmo que eu caí na ladainha daquela piranha? Aquilo ali é cobra criada, se aproxima da vítima pra depois dar o bote.
- Mas do que você esta falando?
- Não se faça de desentendido, querendo pular a cerca depois de velho? Você acha que eu sou o que? Burra? Você não sabe do que eu sou capaz, você não sabe da raiva que eu to sentindo. Te arranco os pêlo do saco com a unha, mordo sua bunda e te jogo no latão ladeira abaixo.
- Que horror, Memê. Você acha que eu seria capaz de te trair com uma sirigaita daquelas?
- Não me interessa. Só de pensar em matar já matou. Comigo não cola, ou é ou não é.
- Mas, Memê, eu te amo, nunca pensei em ninguém a não ser você meu amor.
- Não venha me chatear, seu frango seco. Te mordo e te mato com os dente. Eu sou mulher, você acha mesmo que eu sou como você que de Zé Mané tem até o nome?
- Memê, aquela moça só foi educada em te elogiar, ela nunca quis ou tentou nada comigo, acredite em mim.
Esmeralda estava vermelha de raiva, não conseguia acreditar naquela lorota barata, sabia que aquela besta humana não sabia mentir, andando de um lado para o outro ela bufava e gritava:
- Tem gato nesse telhado, eu sei que tem. Tem caroço nesse angu, e vai dar zebra nesse jogo. Mulher não se engana nunca, José eu te mato, te mato. Fala logo a verdade José, não sou mulher de acreditar em história da carochinha. Fala home, de uma vez por todas.
- Tá bem, eu falo.
Esmeralda sentou-se no sofá, a sala estava escura, ela suava e respirava ofegante.
- Eu sabia. Pode começar seu cachorro nojento, filho de uma vaca leiteira, você é um safado cara de pau. Você achou mesmo que eu ia cair naquela de que eu sou passista e sambo bem? Achou mesmo? Pode começar fi. Só saio daqui com esse cavaco esclarecido.
- Memê meu amor, eu seria incapaz de magoar você. Meu coração pertence a você e eu não vejo outra mulher na minha frente, só você. Sou doidinho por você, pelo seu cheiro, pelo seus cabelo liso, seus olhos verdes são como duas pedras preciosas que me guiam na escuridão, não sou nada sem você, minha nega. O que realmente aconteceu foi o seguinte, eu conheci ela na sexta mesmo, no samba. Ela me parou e disse que você podia ganhar muito dinheiro sambando. Eu ri, afinal quem ganha dinheiro sambando? Ela me explicou que era cantora e que precisava de uma dançarina para fazer parte de seus shows. Eu disse que seria maravilhoso, mas que não contaria até o negócio estar certo. Eu sabia que você ficaria ansiosa e que talvez desistisse com medo do segundo lugar. E hoje, ela foi lá para me confirmar tudo. Disse-me que você está contratada e que será a número um da banda S de samba. Amor, você não vê? Nós fizemos uma surpresa para você! Queremos que você seja a melhor! A número 1 em todos os lugares!

- José Manuel, com esse papo de "queremos" você acha mesmo que eu acredito nessa conversa fiada? Você está me irritando e tá se enrolando cada vez mais.
- Zé, eu te pego na curva, te arranco um bendão da sua bunda, arranco sua unha com faca e ascendo um rojão na sua orelha, destruo a sua laia e ainda te ferro na saída. Zé, você não me conhece, Zé. Você tá brincando com fogo.
- Memê, você acha que eu seria louco de brincar com uma coisa dessas? Nunca meu amor. Eu quero ver você maior, quero ver você mostrando que tem samba no pé e que é a melhor de todas. Você sabe que esse grupo é famoso, você vai ver, vai se tornar a melhor passista do Brasil.
Esmeralda, ficou calada, começou a respirar e pensar com mais calma. A vermelhidão de seu rosto começou a desaparecer e José Manuel perguntou:
- E então, amor? Acredita em mim?
- Acredito. Como vai ser agora?
- Fiquei de ligar para confirmar sua participação na banda, vou ligar para essa
Michely e vou dizer que você topa fazer parte do grupo. Quando eu tiver alguma posição eu te aviso, meu amor. Viu só que maridão?! Sou seu fã numero zero e tudo o que eu quero é te ver feliz.

Esmeralda o abraçou e pela primeira conseguiu visualizar o seu sonho se realizando.
Naquela noite, eles foram dormir mais cedo, os dois estavam muito ansiosos,
Esmeralda por dar o maior passo da sua vida e José Manuel por ter mentido e pior agora ele estava com a corda no pescoço, como encontrar essa banda? Como convencer de que sua mulher é a melhor e que tem muito a oferecer pelo grupo? José estava perdido e neste momento nem Michelly importava mais. Era preciso fazer valer a sua palavra. O sono não veio e tudo o que ele fez foi suar, roer as unhas e pensar. Pensou em tudo e não via saída para o problema que tinha acabado de inventar.
O galo cantou e Esmeralda acordou. Era domingo e ela sabia que José faria o bico no Tião, cruzou com ele no banheiro, já pronto para o trabalho, deu um beijo de bom dia e abriu a porta para o marido.
- Mais tarde eu volto e trarei ótimas notícias.
Esmeralda suspirou, confirmou com a cabeça e foi fazer o café.

José andava apressado, precisava avisar Tião de que hoje ele não poderia trabalhar, chegou mais cedo e disse que tinha um problema pessoal para resolver. Tião disse que precisava dele, o dia estava quente e teria muito serviço. José Manuel, foi mais específico, disse que precisava resolver um caso de vida ou morte, enlace ou desquite e Tião então liberou José para sua peleja.
José pegou o telefone, apanhou umas fichas e fez a ligação para Michelly.
- Alô, Michelly? Sou eu José Manuel, preciso te encontrar agora.
- Ah, eu sabia que você não resistiria. Onde você está?
- Estou na Rua nove com a avenida do Bosque, como faço pra ir aí?
- Pegue o bonde das oito em direção a Rua do Val. Moro na casa 13.
- Estou a caminho.
- Hum... e eu estou esperando.

José pegou o bonde, e seguiu. Desceu na rua do Val e tocou a campainha da casa 13.
Michelly atendeu a porta, e o puxou pelo colarinho. José Manuel saltou para dentro da casa e anunciou o seu desespero:
- Olha, eu peciso de ajuda, eu menti, menti pra minha Esmeralda, disse que você cantava no S de Samba e que estava contratando passistas para fazer parte do grupo, não consegui falar a verdade, fiquei pensando no seu fogo e fiquei louco, não queria me entregar.
- Eu sabia que você não resistiria aos meus dotes, não há Esmeralda no mundo que fique impune.
- Você não está entendendo? Eu estou perdido! Preciso encontrar algum modo de fazer a coisa acontecer, disse que você tinha gostado dela e que ela estava contratada, preciso voltar para casa com notícias.
- E o que você quer que eu faça? Continue com essa sua mentirinha? Pra quê?
- Mas eu fiz isso por nós, tudo começou naquele maldito banheiro, você não tinha nada que me procurar e me complicar.
- Já ouviu aquele ditado "malandro demais se atrapalha?" Então meu caro Zé... A vida é mesmo uma escola. Vá, volte pra sua Esmeralda, você acabou de apagar a única faísca que existia do meu fogo.
- Mas, Michelly, como eu vou fazer? O que eu posso fazer?
- Tudo que posso dizer é que o S ensaia todo domingo na quadra do Arco.
- Na quadra do Arco??? Mas isso fica do outro lado da cidade!!!
- Então corra, vá até lá e veja se consiga alguma coisa, procure pelo Beto e diga que eu mandei lembranças. É isso ou sua pedra preciosa vai descobrir que belo marido ela tem.
- Não, isso não. Tenho que ir.

No final das contas Michelly perdeu o encanto por José, esse jeito desesperado tinha acabado com tudo, ficar ou não com ele não fazia a menor diferença.

José saiu correndo da casa 13 e começou a correr. Pegou o bonde das nove horas, e seguiu sentido ao centro, a viagem era longa, sentou-se e começou a pensar no que diria para o tal Beto. Sua cabeça doía, não pregara o olho a noite toda, o corpo estava moído e parecia que o bonde seguia a 10 por hora. José pegou no sono e acordou com uma sirene, a sirene gritava e atordoava José. Como um alarme, despertou e olhou pela janela para ver o que estava acontecendo. Um caminhão tinha tombado no trilho do bonde e aquilo levaria horas para ser resolvido. José saltou do bonde e resolveu seguir a pé. Caminhou durante duas horas, chegou ao centro da cidade e pôde ouvir o ronco de seu estômago. Já era hora do almoço e ele não tinha mais energia para continuar. Entrou num botequim, sentou pediu um ensopado de peixe com batatas e arroz, comeu e se sentiu cansado, mas logo recobrou a consciência e lembrou de sua Memê. Pagou a conta e seguiu para a estação de trem, comprou o bilhete e esperou o trem das duas. Agora faltava pouco, ele estava cada vez mais perto do seu destino e depois de tanto, não pensou em desistir. A viagem durou uma hora e meia, o trem parou no seu destino e ele desceu buscando informações para chegar na quadra do Arco. Um senhor o ajudou e explicou que era pertinho dali:

- Em cinco minutos você está lá. Hoje tem ensaio do S, se puder passe por lá. É o melhor do Brasil e o pessoal aqui do Arco tem orgulho de dizer que tudo começou aqui.
- Mas é pra lá mesmo que estou indo. Preciso falar com um tal de Beto, o senhor conhece?
- Beto? Mas é claro que sim, o Beto é o meu sobrinho mais velho.
- Jura?
- Claro! Porque você acha que eu mentiria? Só porque ele tem fama de mau?
- Não, er... Eu nem o conheço e não sei da sua fama. É que eu estou com um problema, e parece que só ele pode me ajudar.
- É mesmo? Então conte-me e eu o levo até lá. Me chamo Ulisses, e você?
- Muito prazer, seu Ulisses, me chamo José Manuel.

Os dois caminharam em direção a quadra do Arco, José explicou a sua história e Ulisses pacientemente ouviu e sem julgar disse que falaria com Beto antes, para evitar qualquer problema. José Manuel agradeceu muito e lhe deu um abraço. Ulisses retribuiu e disse que entendia de mulher, era macaco velho e entendia o desespero do rapaz. Pensou: nem molhou o bico e já todo lascado.
Ulisses entrou na quadra do Arco e pediu para que José esperasse ali. Ele obedeceu e ficou observando a conversa dos dois. Beto parecia um armário, era forte, grandalhão e recebia paparicos das mulheres que estavam ali. José esperou cerca de cinco minutos, Ulisses o chamou e ele foi em direção aos dois.

- Então você é o a camarada que está com a corda no pescoço?
- Sim, sou eu. Olhe eu fiz isso porque fiquei maluco, fui tentado por uma mulher sedutora, não resisti e não consegui contar para a minha mulher que ela estava interessada em mim. O nome dela é Michelly, ela disse que te conhecia e disse para eu te procurar.
- Boquinha de mel? Ela continua grudando firme?
- É, eu não sei. Não conheci esse lado dela.
- Você conheceu que lado então? Você nem sequer consumou o fato?
- Não, senhor, eu sou... bem... Eu era um homem de respeito, só tinha olhos para minha Esmeralda, até que Michelly aparecer e bagunçou tudo.
- Sei como é, ninguém é de ferro, mas vamos ao que interessa. Meu tio me disse que sua mulher sonha em ser passista e que nesse seu rolo todo você colocou toda a rapaziada do S na reta, é isso?
- É. Não foi por mal, eu não sabia o que fazer e só isso alegraria minha Memê.
- Tudo bem, não precisa se explicar. Como ela é?
- Ah, ela é linda, uma mulata arretada de olhos verdes, com um belo par de pernas e um corpo escultural. Memê é linda e tem um samba no pé como nenhuma outra.
- Olha José Manuel, não me leve a mal, mas essas passistas aqui são as melhores da cidade, tem que ser muito boa mesmo para sambar no S.
- Isso não vai ser problema, Beto. Garanto que você não vai se arrepender.
- Tá certo. Vou te ajudar, mas é bom ela ser boa mesmo, se não acabou.
- Fechado. Quando posso trazer ela aqui?
- Peça pra ela vir aqui na quarta-feira, vamos fazer um teste com ela. Quarta-feira às sete horas. Não vá desperdiçar essa chance, e tente não se meter em confusão, principalmente com Michelly.
- E a Michelly? Digo o que para minha Memê? Eu disse que ela era cantora.
- Diga que Michelly partiu. Que teve que ir viajar e que você não sabe quando ela volta.
- Boa, vou dizer isso mesmo. Muito obrigado Beto, não sei como te agradecer.
- Não se meta mais em confusão, e agradeça meu tio Ulisses, fiz isso por ele.
- Obrigado seu Ulisses, muito obrigado, vou recompensar o senhor.
- Não precisa rapaz, aprenda a lição e não erre mais. Agora vá, volte para Memê e conte as boas novas.
- Está bem, mais uma vez muito obrigado. Preciso ir, senão perco o trem. Até quarta.

José chegou em casa exausto, mas estava feliz. Já passava das nove horas e ele abriu a porta como quem abre um pote de ouro.

- Memê, Memê, cadê você?
- Tô aqui, Zé. O que foi homem? E porque você demorou tanto? Você não tava se enroscado com aquela loira aguada né?
- Não, Memê, lógico que não. Eu dei uma ripa no Lava-rápido, depois fui tratar da sua contratação no S de Samba.
- E aí meu amor? O que deu? Tudo certo?
- Tudo certo, graças a Deus. Quarta-feira a gente vai à quadra do Arco para você mostrar o que é que a Esmeralda tem.

Memê pulou no colo de José e o beijou loucamente, aquele momento pareceu durar uma eternidade. José estava cansado e só queria saber de dormir. Esmeralda estranhou, seu marido nunca havia negado fogo antes, mas a felicidade era tanta que ela nem deu trela. Deitou ao lado do marido e sonhou com a sua entrada na quadra do Arco.

Os dias se passaram e Memê era só alegria, José Manuel estava calmo, porém aflito, tinha receio de não cumprir com a sua palavra. A agonia acabou quando Esmeralda escutou o primeiro batuque do tantan e o pandeiro batendo forte. Foi apresentada para Beto que ficou encantado com a beleza e o samba de Memê. Naquele dia, Esmeralda sambou como ninguém e fez jus a palavra de seu José Manuel. Esmeralda parou a quadra do Arco, as passistas ficaram loucas de ciúmes, Beto só tinha olhos para ela. Quando o som acabou, Beto foi conversar com o casal.
- Esmeralda você será a nossa passista número 1. Você será a rainha do S de Samba. Você acha que encara?
- Se encaro? Venho sambar todo dia se for preciso.
- Ótimo. Teremos show no sábado e será importante ter você nos ensaios.
- Amanhã mesmo eu estou aqui.
Beto beijou a mão de Esmeralda e se despediu de José, ao apertar sua mão, ele disse:
- Você tinha razão, Esmeralda nasceu para ser rainha.
- É, eu disse.

Os dois foram embora, José pela primeira vez na vida ficou enciumado com Memê, sentiu o gosto amargo de não dar valor pra sua mulher e ficou calado até chegar em casa.
Os dias se passaram e Memê chegava tarde por causa dos ensaios. José se sentia feliz pela mulher, mas já não sabia se era isso que ele queria. Ele era feliz e não sabia, sentia falta dos jantares juntos, das quentinhas que levava pro trabalho, sentia falta de Memê acordar cedo para dar bom dia, ela chegava tarde e dormia mais do que nunca José se mordeu de raiva, tudo aquilo estava acontecendo por causa dele. Se ele não tivesse se metido com Michelly, se ele tivesse se segurado, ele não teria que mentir e eles continuariam felizes. Mas como saber? Era Deus ou José Manuel? Quem tinha escrito esse destino?

José saiu da churrascaria e foi correndo até o bairro das Laranjas, o show ia começar e ele não podia perder a estréia de sua Memê.
José sentou na mesa do fundo, a casa estava cheia, o público só tinha olhos para Esmeralda que foi apresentada como a nova Rainha do grupo S de Samba. A cada rebolada, os homens ficavam loucos, Beto sempre muito atencioso, fazia pausas para não cansar Memê, que retribuía o carinho e se entregava aos encantos do reinado. Em alguns momentos José perdia Beto e Esmeralda de vista, mas quando menos percebia lá estavam eles, sambando e encantando o público. O samba tocou por três horas e finalmente chegou ao fim. José correu em direção a Memê para parabenizá-la e dar um abraço. Ela era sucesso e graças a Beto ele continuava sendo um homem digno. Mesmo com raiva, José Manuel tinha muito a agradecer. Estranhou a frieza de Memê, mas ignorou, achou que fosse o cansaço. Quando de repente Memê dispara:

- Não posso mais, Zé. Não posso mais fingir. Estou apaixonada por Beto, e é com ele que quero ficar. Agora sou a número 1 e não condiz eu ficar com o número 2 do samba.
José engoliu seco.
- Como assim o número 2? Memê sou eu! O seu Zé, o seu nego. Como você pode fazer isso comigo.

E numa frieza dura e cruel Memê foi fatídica:

- Não te amo mais. Vou viver o meu sonho e brilhar na avenida. Aqui é o meu lugar.

José tentou, bem que tentou, argumentou, esperneou, chorou e por fim calou.
A imagem da sua Memê abraçada com Beto, fez com que ele sentisse que esse era o merecido final. Não restava nada a ser feito, a não ser aceitar. Ele havia mentido, traiu a sua Esmeralda, em pensamento, mas traiu e foi salvo por Beto para que continuasse íntegro. Veja a peça que o destino o pregou. O preço pago foi mais caro do que ele imaginava, não tinha Memê, nem ao menos Michelly, nem mesmo um bom e velho samba para se consolar. Até o samba morreu na vida de José Manuel. O eterno Zé Mané.