27 de outubro de 2010

Baderna.

Expressar e justificar sentimentos de forma contrária para causar menos dor. Irrelevante!
Toda mudança gera mudança e faz diferença. Não importa a força, o tamanho ou a dimensão. O que é, é. E isso não muda!
O buraco dentro da mão continua aumentando e mudando de cor.
A inconstância de serenidade toma o corpo e grita pedindo socorro. É quase como estar dentro de uma sala cheia de pessoas, gritar alto, bem alto e ninguém ouvir o sua voz.
A indignação é algo que nos amedronta, causa tanto susto que não sabemos lidar com isso, e assim, nos conformamos com o medo de forma ridícula e desleal. Ok. Let´s cover the sun with a sieve!
Já reparou que quando somos irônicos ou estamos indignados, aborrecidos com alguma coisa, dizemos que a coisa é engraçada? Na verdade, não tem nada de engraçado. Engraçado é dizer que uma coisa é engraçada, quando na verdade não tem um pingo de graça. Viu?! Sem graça alguma!
Nomenclatura.

14 de outubro de 2010

Carta para o futuro

Quem é você senhor Futuro?
Eu só ouço falar de você, infelizmente nunca consegui te encontrar. Toda vez que tento te alcançar você foge e não deixa pegadas.
As pessoas aguardam esperançosas a sua aparição. Especulam sobre a mudança que você causa e zelam repetidamente o fato de você pertencer a Deus. Que Deus? Ele existe?
Talvez você seja alguém com todas as respostas... Talvez você seja a resposta!
Aqui o Presente anda enciumado de você. Ele não dá conta de todas as mazelas que acontecem no mundo, ele não consegue trazer uma nova luz às pessoas.
Ele não tem capacidade de dar paz e fazer nascer um dia colorido. Está fora de controle e não sabe o que fazer para melhorar a situação. Não tem ideia em como vai nos preparar para o dia em que conheceremos você. Se é que isso é possível...
Aqui o senhor Presente tenta nos mostrar um pouco sobre você, nos alerta diariamente, mas a tentativa se torna um verdadeiro fracasso, pois ninguém quer saber. Não temos tempo para pensar em você! Estamos preocupados com o nosso trabalho e com o nosso dinheiro. Não queremos pensar em você, afinal de contas você está longe e é inimaginável, por isso a gente esquece e deixa você para amanhã...
O Presente está ficando cada vez mais deprimido, cada dia que passa é uma nova desilusão. Ele sofre com a violência, chora com as mortes, se revolta com a terrível crueldade da humanidade e ainda tenta ser um rapaz otimista. Não consegue e por isso vive frustrado.
O Passado anda esquecido, ele bem que tenta ajudar o Presente a mudar o rumo das coisas, tenta com vontade lembrá-lo que as coisas podem ser mais leves e que qualquer mudança pode ser melhor para chegarmos ao nosso objetivo com um pouco mais de felicidade e satisfação.
Quem sabe um dia a gente se encontre e até ria de tudo isso. Um dia podemos rir e perceber que o presente não era tão deprimido assim... Na verdade ele era forte e lutava para te encontrar e ser alguém melhor. Um dia vamos lembrar com saudade que o Passado continua lá e que, de certa forma, vai sempre ajudar o Presente a seguir em frente. E você, senhor Futuro, espero que deixe de ser essa “coisa” intocável e sem pistas, espero que você me encontre e faça parte da minha vida, só assim poderei observá-lo do mesmo modo como vivo o Presente.

1 de outubro de 2010

Vem cá...





Sustentabilidade emocional

Flores, madeira, mato e parede - o chão é testemunha das marcas que ela deixou. A parede azul não tem nada de céu. O inferno é branco, denso e claro. Não há escuridão, não há risco, não há precaução, não há cor. Não há ponto pra marcar, não há lição pra tirar, erros para consertar, nem ao menos um debate para argumentar. Não há regras, jogadores, adversários ou comparsas. É você com você mesmo, dentro de sua própria raiz.
A cor do jardim denuncia a falta de entusiasmo e satisfação. Não existem borboletas dentro dele, somente moscas varejeiras tentando incansavelmente sair da forma que não lhe serve.
O molde clássico da felicidade, histórias da carochinha, conselhos e ensinamentos que não se encontram na cartilha, ainda bem, ele não segue e nem acredita nesta maldita cartilha. Aprendeu a fazer do teto seu irmão gêmeo. O calo do coração foi cuidadosamente curado com gotas de alfazema, amor e limão. O amargo foi embora junto com as portas velhas e descascadas. Não existe melodia, não existe filme ou livro, a leveza do ser queimou a mão do amigo e o fluxo impediu o sentido de parar para acudir. Vazio.