16 de agosto de 2010

Os melhores queijos estão na embalagem vermelha

Um dia eu conto. Um dia eu juro que conto!
Minha mãe não é normal, minha mãe não é nada convencional.
Tem uma veia revolucionária, esquerdista, marxista, leninista e por ai vai... Mas às vezes não socializa nem a batata do frango.
Me ensinou a gostar de ler: Lambe o dedo e vira a página!
Me ensinou a gostar de Chico e Vinicius.
É louca, esquece tudo de uma hora pra outra.
Faz sopa de feijão e diz que é para aquecer a alma – Sei!
Tem os olhos azuis.
É nova.
Gosta de guardar coisas antigas.
É doidinha, doidinha.
Está no primeiro ano de psicologia.
É Junguiana.
Decifra os sonhos.
Cozinha tomando cerveja.
É chata.
Me deixava de castigo e não deixava eu colocar o nariz pra fora de casa.
Tem três filhos, eu sou a do meio, e ela é mesmo minha mãe.
Foi mãe nova.
Me colocou na terapia com quatro.
Adora conversar e dividir um cigarrinho.
Me fez assistir Dançando no Escuro com 14 anos - como choramos!
Me fez assistir Gypsy com a Bette Midler, quando eu tinha 11 anos - como nos irritou aquela cantoria de dez em dez minutos.
Me deixou voltar pra casa duas vezes.
Já foi professora.
Já foi doceira.
Já teve uma agência de comunicação.
Já engoliu muito sapo.
Já carregou o mundo sozinha.
É a dinda mais coruja do mundo.
Sempre conta histórias, que só poderia ter acontecido com ela.
Não tem mais pai nem mãe, meus avôs morreram e a única “mãe” viva... Xiii, deixa pra lá...
Também é precoce.
Minha mãe foi adotada, talvez seja por isso que ela é um ser tão especial.
Continua...








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