9 de novembro de 2010

Impressão atual

Não fique surpreso se um dia você descobrir que suas teses eram furadas e que você não passa de um perdedor.
O jogo continua, não há tempo de se refazer. Mais dia, menos dia somos tomados por uma vontade incontestável de nascer de novo e melhores.
É fácil descobrir que isso é impossível, basta olhar ao redor e ver o cansaço na rosto do outro. Nem todo mundo quer se reinventar e nem todo mundo sente que isso seja uma necessidade.
Difícil é saber discernir o que é seu, o que é do outro e o que fazer com isso tudo.
A vida muda e tudo muda. A cor da nuvem não é mais a mesma. O céu anda esfumaçado de cinza, o sol queima cada dia que passa e a chuva demora a aparecer, mas quando aparece arrasa o chão.
Tudo tão diferente: você era mais adulto antes de se entregar a esta jovem felicidade instantânea de sentir um prazer vazio.
Você era mais capaz de olhar para o lado e perceber que existem pessoas como você.
Você deixou de ser aquela pessoa alegre e ingênua e agora é uma pessoa que corre junto com o barco; nunca mais deus suas braçadas, nunca mais buscou sua origem.
Você não lê mais sobre os desenhos que seu filho faz. Você não procura por ajuda, você é só e solitário. E sim, existe uma grande diferença.
Você é a alegria falsa de ser alguém bem resolvido e feliz. Não existe satisfação plena aos 18 anos de idade.
A briga com o espelho agora não existe, você aprendeu a olhar para fora e aceitar o seu melhor, só que se esqueceu de cuidar de dentro e perdeu a essência íntima e bonita que possuía. Era tão particular, mas acabou.
Esse labirinto arranca sentimentos e faz perder alguns valores. Não coma a sopa mágica de letrinhas. Corra nesta esteira atrás de sua recompensa. Seja mais semelhante ao idêntico ridículo de querer ser igual, mas admita.

Um comentário:

  1. Aos 18... Satisfação plena... Não existe a satisfação plena nem aos 81. Às vezes se fica mesmo com a impressão de que já se sorriu mais e melhor.
    Parabéns pelo texto,
    Abraço.

    ResponderExcluir